domingo, 15 de abril de 2012

OS MAIAS - O Sarau do Teatro da Trindade

Algumas ideias sobre este episódio:

  O Sarau destinava-se a ajudar as vítimas das cheias do Ribatejo.

  Revela-nos aspetos caricatos da sociedade lisboeta: o gosto pela verborreia oca; a total falta de sensibilidade estética para apreciar o talento; a lágrima fácil perante o exagero poético romântico; a superficialidade das conversas.

  O primeiro interveniente é Rufino, um orador tido como sublime; a sua retórica vazia, quase barroca, traduz a sensibilidade literária da época; a sua bajulação à família real evidencia a idolatria em relação a quem o pode promover.

  Cruges representa o raro talento verdadeiro, incompreendido e alvo de risos.

  O último interveniente é Alencar, após “um intervalo de dez minutos como no circo”. O poeta declamou “A Democracia”, aliando poesia e política, numa encenação exuberante e sentimentalista, ultrarromântica, que termina, entre fortes aplausos, com propostas sociais utópicas de uma República em que o milionário, sorrindo, abre os braços ao operário.

  É neste episódio, aparentemente desligado por completo da intriga principal, que Ega entra em contacto com o Sr. Guimarães, personagem que se revela fundamental para o final trágico da intriga.


Se tens o manual Plural 11, da Lisboa Editora, aqui ficam algumas propostas de resolução das questões de leitura orientada da página 222:

1. A sátira social é dirigida ao atraso cultural e ao provincianismo do país. Por exemplo, a baronesa fala com desdém da música clássica de Cruges, sugerindo que este tocasse uma cantiga popular; ao mesmo tempo, elogia a ridícula declamação do Rufino. Também as outras senhoras mostram ignorância quanto à composição de Beethoven, chegando a marquesa do Soutal a designá-la por “Sonata Pateta”. Tudo isto provoca riso e gera desrespeito face à atuação de Cruges.

2. A confusão com o nome da sonata é o fator que gera o riso. A sonata, que é patética ou comovente, deveria gerar tristeza, suscitar piedade; porém faz o contrário, tornando-se de facto pateta, ou tola. Este contraste contribui para o cómico da situação.

3. Cruges fica atrapalhado e nervoso face ao desrespeito e ruído do público, acabando por abandonar o palco, frustrado e trémulo.

4. Esta passagem confirma a caracterização de Cruges como artista incompreendido num país que não está culturalmente preparado para acolher o talento. Vitorino está consciente de que nunca será compreendido como artista clássico. No fim do romance, quando Carlos regressa  após 10 anos de ausência, o maestro já é uma glória nacional, mas apenas porque se rendeu ao gosto popular, abandonando a música de qualidade.

29 comentários:

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  2. Este comentário foi removido devido ao uso indevido de Minecraft

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  4. INSTITUTO EDUCATIVO DO JUNCAL CARALHO

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  5. matrafona da matrafa já tá de fora o pelo da rata

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  6. o menino joão foi ao medico e disse que lhe doia na zona do rabo, perto da entrada sabem?
    o medico virou-se e disse-lhe enquanto se chamar de entrada vai continuar a doer.

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  7. sempre me disseram que não se goza com surdos, mas nunca percebi porque o dizem, até parece que te vão ouvir

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  8. alguma dica para tratar de hemoroidas, NÃO É PARA MIM É PARA UM AMIGO couf couf

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  9. sabem qual é o segredo para uma vida feliz, estar sempre disponivel e aberto, mesmo a coisas grandes e duras, que ao inicio possam parecer assustadoras, não se preocupem relaxem que doi menos

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  10. @joao.piresmarques não te esqueças que paninhos humidos e quentes ajudam a desinchar as hemoroidas

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    1. its a joke everyone, não tenho acerteza se tem hemorroidas

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  11. em quem local do livro diz a razão para se ter realizado o sarau?

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  12. O PLAY HARD DEU NOTA 10 ABSURDO PARA ESSE TEXTO

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