domingo, 15 de abril de 2012

Caracterização de Carlos da Maia


Ò  É o protagonista;
Ò  segundo filho de Pedro e Maria Monforte, neto de Afonso;
Ò  recebeu uma rígida educação à inglesa, moderna e laica;
Ò  cursou medicina em Coimbra;
Ò  é descrito como um belo jovem da Renascença com olhos negros e líquidos próprios dos Maias, alto, bem feito, de ombros largos, com cabelos pretos, barba muito fina, castanho escura;
Ò  elegante na sua toilette, era admirado pelas mulheres;
Ò  depois do curso acabado, viaja pela Europa;
Ò  regressando a Lisboa, traz planos grandiosos,  que abandona ao sucumbir à inatividade;
Ò  acaba por ser absorvido por uma vida social e amorosa que levará ao fracasso das suas capacidades e à perda das suas motivações;
Ò  é um diletante, demonstrando um comportamento dispersivo;
Ò  apesar da sua educação à inglesa e da sua cultura, que o tornam superior ao contexto sociocultural português, revelando-se um gentleman, será absorvido pela inércia do país, assumirá o culto da imagem, numa atitude de dândi;
Ò  de acordo com a estética naturalista, é vítima da hereditariedade (reflete o luxo e o romantismo da mãe, junto com algum do sentimentalismo do pai), sendo também fortemente influenciado pelo meio decadente em que se move;
Ò  a Condessa de Gouvarinho leva-o a entregar-se ao prazer sensual, do qual se entedia;
Ò  a sua verdadeira paixão nascerá em relação a Maria Eduarda;
Ò  ao saber da verdadeira identidade de Maria Eduarda, consumará o incesto voluntariamente por não ser capaz de resistir à intensa atração que Maria Eduarda exerce sobre ele;
Ò  acaba por assumir que falhou na vida, tal como Ega, pois a ociosidade dos portugueses acabaria por contagiá-lo, levando-o a viver para a satisfação do prazer dos sentidos e a renunciar ao trabalho e às ideias pragmáticas;
Ò  simboliza a incapacidade de regeneração do país a que se propusera a própria Geração de 70;
Ò  no final da obra afirma-se partidário do “fatalismo muçulmano” (ou seja, “nada desejar e nada recear(…) Tudo aceitar…”) – afastando-se da estética naturalista, através da crença no Destino como uma força superior que governa o ser humano, independentemente da sua vontade;
Ò  é uma personagem modelada.

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