domingo, 15 de abril de 2012

Caracterização de Maria Eduarda


Ò  acredita que nasceu em Viena;

Ò  até aos 16 anos viveu num colégio em França;

Ò  passou dificuldades devido à vida dissoluta da mãe;

Ò  viveu depois, em Paris, com o irlandês Mac Gren, de quem teve a filha Rosa;

Ò  morto Mac Gren na guerra, conheceu o brasileiro Castro Gomes, a quem se juntou em troca de estabilidade financeira;

Ò  entrou na sociedade lisboeta pela mão de Castro Gomes, com quem partilhava a sua vida, havia três anos;

Ò  esclarecida a sua situação de amante de Castro Gomes e não de esposa, viveu momentos transitoriamente felizes ao lado de Carlos;

Ò  Guimarães destrói essa felicidade, apresentando os documentos da sua verdadeira identidade;

Ò  parte para Paris e acaba por casar com Mr. De Trelain, casamento, segundo o ponto de vista de Carlos, de dois seres desiludidos;

Ò  é alta, loira, elegante, envolta numa aura de mistério;

Ò  é apresentada como uma deusa, talvez demasiado idealizada, um ser superior;

Ò  tem uma forte consciência moral e social aliada a uma ideologia progressista e pragmática;

Ò  salienta-se ainda a sua faceta humanitária e a compaixão pelos socialmente desfavorecidos, motivando a comparação que Carlos faz entre ela e o avô;

Ò  à sua perfeição física alia-se a sua dignidade, a sensatez, o equilíbrio;

Ò  ainda assim, herdou da mãe algumas marcas, reveladas em pormenores  como a caixa de pó-de-arroz (uma joia de cocotte) e o Manual de Interpretação de Sonhos;

Ò  é vítima do seu passado, numa estética aparentemente naturalista; no entanto, é ela própria que conta a sua história (depois de o leitor já conhecer a personagem), omitindo o que não conhece, afastando-se assim da estática naturalista;

Ò  a súbita revelação da verdadeira identidade da sua deusa vai provocar em Carlos estupefação e compaixão, posteriormente o incesto consciente, e depois deste a repugnância;

Ò  ela é o último elemento feminino da família Maia e simboliza, tal como as outras mulheres da família, a desgraça e a fatalidade.

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