domingo, 15 de abril de 2012

O objetivo deste blogue

   Pensei em fazer este blogue para ajudar alunos. Inicialmente pensei apenas nos meus alunos, mas por que não disponibilizar esta ajuda a todos os alunos que estejam interessados?
   O começo será modesto. Começarei por disponibilizar alguns materiais de apoio ao estudo d' Os Maias.


   Para já ficam aqui alguns elementos para a caracterização da personagem João da Ega:
 
Ò tinha uma figura “esgrouviada e seca”, usava "um vidro entalado no olho", tinha "nariz adunco”, “pescoço esganiçado”, “pulsos de tísico” e “pernas de cegonha";

Ò amigo íntimo de Carlos desde os tempos de Coimbra, onde se formara em Direito (muito lentamente);

Ò a mãe era uma rica viúva e beata que vivia ao pé de Celorico de Basto;

Ò boémio, excêntrico, anarquista, sem deus e sem moral;

Ò é  leal com os amigos;

Ò terminado o curso, vem viver para Lisboa e torna-se amigo inseparável de Carlos;

Ò teve a sua grande paixão por Raquel Cohen, mulher do Diretor do Banco Nacional, Jacob Cohen;

Ò cultiva uma imagem excêntrica e exuberante, com uma faceta sensual, evidenciada também na decoração da Vila Balzac;

Ò era o Mefistófeles de Celorico;

Ò sofre também de diletantismo: concebe grandes projectos literários que nunca chega a executar (“Memórias de um Átomo”) – Cap. IV – pp.111 e 112;

Ò assume-se como um literato falhado: “Estou à espera que o país aprenda a ler.” (Cap. XVIII, p. 425);

Ò representa o intelectual dos grandes ideais, das revoluções, das alterações sociais; contudo nada faz para a sua concretização, vivendo num amplo parasitismo, refugiando-se na figura de Carlos – Cap. IX – p.289;

Ò é a projeção física (magreza) e literária de Eça de Queirós, dando-se conta da sua dualidade romântica e regeneradora;

Ò é uma personagem contraditória: por um lado, romântico e sentimental, por outro, progressista e crítico sarcástico de Portugal;

Ò encarna a figura defensora dos valores da escola realista por oposição à romântica, mas na prática, revela-se um eterno romântico – Cap. V – pp. 131 e 132;

Ò nos últimos capítulos ocupa um papel de grande relevo no desenrolar da intriga: é a ele que o Sr. Guimarães entrega o cofre; é juntamente com ele que Carlos revela a verdade a Afonso; é ele que conta a verdade a Maria Eduarda;

Ò nos momentos difíceis, o estroina dá lugar ao amigo fiel.

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